Veja entrevista do pediatra Douglas Lima no "De Bem com a Vida"
A bronquiolite é uma das principais causas de internação de crianças no primeiro ano de vida. Na cidade de São Paulo, a maior incidência da doença ocorre entre os meses de março e agosto. Nesta época, aproximadamente 60% dos bebês menores de um ano são hospitalizados por causa de problemas respiratórios.
Na manhã desta segunda-feira, o pediatra Douglas Lima, também bispo da Renascer Brasília, deu mais informações referente a doença no programa “De bem com a vida”, da rádio Gospel FM.
O que causa a bronquiolite?
O ar que respiramos pela narina ou pela boca passa por uma série de tubos. Os bronquíolos são as últimas ramificações dos brônquios. São pequenos canalículos, que tem o diâmetro menor que um milímetro. Quando a criança possui algum tipo de infecção respiratória, principalmente infecções virais, os vírus conseguem se instalar nos bronquíolos, causando um inchaço e um edema em suas paredes internas. Para simplificar, imagine um canal de apenas um milímetro, que é praticamente um fio de cabelo, inchado por dentro por causa da ação do vírus. Obviamente, haverá uma obstrução da passagem do ar, gerando canseira, falta de ar e um chiado no final da respiração.
Quais são os principais sintomas?
Basicamente, dificuldade respiratória. Logicamente, a enfermidade começa com um quadro gripal. Quando a gripe evolui para a bronquiolite, a criança tem tanta dificuldade de respirar que ela abre o narizinho na hora de inspirar. Esse batimento de “asa” do nariz indica uma gravidade maior da doença.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico clínico é o mais eficaz. Os exames laboratoriais não ajudam muito. Obviamente, podemos fazer exames de sangue, raio-X do tórax, para avaliar a possibilidade do desenvolvimento de uma pneumonia, como complicação do quadro da bronquiolite. Mas normalmente, o diagnóstico é 99% clínico.
Existe tratamento e cura?
Por ser um quadro viral, não existe cura. Os antibióticos não têm efeito sobre os vírus. Para o tratamento, aconselhamos basicamente a hidratação, oxigenoterapia e observação. Em casos muito graves, nós indicamos a respiração mecânica. A intubação da criança só ocorre em casos extremos.